comandante Cleber Ribeiro
“Entre a Saudade e a Guerra". Este é o nome da exposição aberta nesta quinta-feira (17), no Palácio do Planalto, pelo presidente Michel Temer, em homenagem a memória dos veteranos da Força Expedicionária Brasileira (FEB). O evento reuniu ministros, autoridades da Defesa, comandantes das Forças Armadas, ex-combatentes e familiares, representações de militares e convidados.
A exposição, aberta ao público, no período de 18 de maio a 5 de julho, reúne manuscritos originais, fotografias, objetos e comendas, além de relíquias como a bandeira brasileira usada pelo Marechal Mascarenhas de Moraes na campanha italiana, representando os atos de bravura dos valorosos soldados brasileiros.
Em seu pronunciamento, o ministro da Defesa, interino, Joaquim Silva e Luna, disse que o Brasil pagou sua conta com moeda de sangue e de honra, e ressaltou que a exposição que ora era aberta, além de ser uma iniciativa louvável para preservação da nossa história, destaca a nossa capacidade de superação e remete-nos a reflexão e ao recolhimento, para melhor reforçar os nossos valores.
E ainda ordena a nossa consciência a prestar uma reverente continência a esses heróis e aqueles que sofreram a dor de suas perdas, bem como os que difundiram os seus feitos e se guiaram pelos seus exemplos de coragem, bravura, abnegação e patriotismo. Relembrou, ainda, que os militares continuam preservando os mesmos valores pelos quais os pracinhas lutaram há 73 anos, que é a liberdade, a democracia e a paz.
O destaque do acervo ficou por conta das correspondências trocadas entre os militares e seus familiares, descrevendo de maneira muito peculiar e, invariavelmente, emocionante, o dia a dia durante o período do conflito, revelando a saudade entre os veteranos e seus entes queridos e da nossa terra, bem como descrevendo as agruras que um episódio deste tipo causa.
As irmãs Elizabeth e Miriam De Léo, filhas do veterano Leonardo De Leo, se disseram honradas em serem descendentes de alguém tão importante para a nação. Soldados que foram a outro país lutar e cumpriram o seu papel. “Meu pai ajudou a salvar muitas crianças e idosos italianos”, disse uma delas.
O presidente Temer destacou que à medida que o tempo passa a memória da FEB torna-se ainda mais cara ao Brasil, pois “o sacrifício dos nossos pracinhas no solo estrangeiro sempre há de inspirar em cada um de nós um profundo sentimento de respeito”. Não há homenagem que seja o bastante para exaltar aqueles que, sob o comando Mascarenhas de Moraes, enfrentaram a morte em nome da liberdade.
No alto dos seus 101 anos, o coronel Nestor da Silva, que atuou na Força Expedicionária Brasileira (FEB), disse que estava muito feliz com a homenagam e com a cerimônia, e que o evento lhe trazia a recordação de que enfrentaram um inimigo que se julgava superior e venceram.
Já a aluna do Colégio Militar, Mikaely Cristine Alves de Souza, de 16 anos, representando as futuras gerações, disse que, ao contemplar o coronel Nestor, o sentimento que lhe veio à mente foi de admiração. “Pensar que alguém foi lá na Itália lutar e agora está aqui, na nossa frente, contando o que viveu lá, é incrível. Acho que ele passa uma palavra de dever cumprido. Sinto orgulho quando olho para ele”, disse emocionada.
Serviço:
Exposição “Entre a Saudade e a Guerra"
Local: Palácio do Planalto, Térreo.
Período de exposição: 18 de maio a 5 de julho.
Horários de visita:
•Terça – 10h, 11h, 14h e 15h.
•Quarta – 10h, 11h, 14h e 15h.
•Quinta-feira – 10h, 11h, 14h e 15h.
•Sexta-feira – 10h, 11h, 14h e 15h.
•Sábado – 9h, 10h, 11h, 12h, 13h e 14h.
•Domingo – (neste dia, a exposição será integrada com a visita ao Palácio do Planalto) – 9h, 10h, 11h, 12h, 13h e 14h.
Fotos: Flávia/MD, Cesar Iberê e Marcos Corrêa/PR